quinta-feira, 17 de abril de 2014

O teatro da carnalidade



Deus criou as praias. Elas são uma belíssima parte da Criação. O esplendor da areia, as ondas e o sol refletem a glória do seu Criador. As praias são agradáveis, mas se tornaram um triste palco no qual uma furiosa batalha por modéstia foi perdida. Durante os últimos anos do século XIX e os primeiros do século XX, ir à praia quase se tornou uma religião para muitas pessoas. Entre a propaganda espalhafatosa dos meios de comunicação que vendeu constantemente essa "recreação saudável" e o sucesso estratégico e brilhante da indústria da moda em apresentar as vestes de banho como algo "moderno", desenvolveu-se, nas pessoas, uma dicotomia mental que não nos tem abandonado: A nudez que era inaceitável nas ruas da cidade tornou-se, literalmente, a última moda na praia. A atmosfera da praia não somente justificava a nudez, mas tornava-se um novo teatro de erotismo, cuja isca era tão inebriante e sedutora, que muitos seres humanos não podiam ignorá-la. Uns poucos ministros do evangelho censuravam publicamente a afronta moral óbvia da nova mentalidade. Mas eles logo foram silenciados e raramente foram ouvidos outra vez. A afluência à praia abriu portas para se justificar a nudez pública. O "refugiar-se na praia" encontra-se tão profundamente arraigado na mente das pessoas que provavelmente muitos cristãos estão inconscientes de que homens e mulheres se divertindo juntos na praia era algo desconhecido na história da humanidade até meados do século XIX. E, quando surgiu o clamor por trajes mais "funcionais", a moralidade pública foi despida junto com as vestes superiores e descartada como antiquada e inútil. A praia tornou-se o palco em que o principal ator de uma nova moralidade foi despido, de maneira propositada, progressiva e provocativa - o corpo da mulher. Mesmo os historiadores de moda contemporâneos observam corretamente: "Banhar-se na praia é uma provocação social, uma situação que pode apoiar o comportamento sensual levemente impróprio e dissimulado. De fato, aqueles que no século XIX não viam a praia como um lugar de prazer, e sim de árida iniquidade não estavam completamente errados". A praia como um "show progressivo de strip tease" tem avançado continuamente em direção ao verdadeiro alvo de sua corrida erótica: A nudez total. Todas as vestes de banho perderam gradualmente sua cobertura, tornaram-se fortemente apelativas. Esta paródia não poderia, evidentemente, ser realizada no ambiente de trabalho. A praia oferecia a última fronteira para os pioneiros que desejavam desafiar com ousadia a antiga moralidade. As roupas de banho legitimaram não somente a nudez, mas também a sua irmã siamesa - A satisfação sexual pela visão. As formas da mulher não eram mais uma fantasia escondida embaixo de roupas e combinações. Agora era uma realidade sensual completa para todos os que desejassem contemplá-la. Embora o piedoso Jó tenha dito: "Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?"(Jó 31.1), os homens estabeleceram o ver e o criar fantasias sobre as "donzelas" como uma característica de masculinidade. "Ser um espectador é, inerente ao nadar no mar, o que não vemos nas ruas, é palpável nas praias, as vestes de banho e o ser um espectador são conceitos inseparáveis". Se os cristãos estão inconscientes de que o mundo vê a praia desta maneira, eles precisam acordar. O homem perdido geralmente vê a praia como o teatro do corpo. As roupas de banho fornecem à imaginação moderna o erotismo, a contemplação dos espectadores, a grande plateia em busca de satisfação sexual pelos olhos. Em outras palavras, na praia você pode ver mais do que aquilo que não pode ver de modo legítimo em outros lugares: corpos vivos e despidos. Não somente isto, o corpo está realmente empacotado de modo a torná-lo mais erótico do que a maioria da nudez completa o tornaria. ( Retirado e adaptado do livro "Deus, o estilista" , Jeff Pollard)

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